Entenda o nível de segurança possível com um colete à prova de balas
segunda-feira, 21 de outubro de 20130 comentários
Entenda como os materiais resistentes a impactos podem influenciar no grau de proteção para quem os utiliza
Qual é o grau
de proteção que um colete à prova de balas é capaz de oferecer e quais
são os materiais mais resistentes de construção? Responder essa pergunta
não é uma tarefa simples e, para entender o quão protegido você pode
estar com um colete à prova de balas, é preciso primeiro conhecer o
material do qual o equipamento é feito e qual é o grau de proteção que é
capaz de oferecer.
Além disso, é
preciso levar em consideração outros fatores. Há materiais mais
resistentes do que o Kevlar, por exemplo, o mais amplamente utilizado em
vestes do gênero, mas que não proporcionam a quem está equipado com
eles o mesmo grau de mobilidade e flexibilidade de movimentos. No final
das contas, tudo é uma questão de adaptar o uso do colete às
necessidades de quem corre o risco de levar um tiro.
Armadura dos tempos modernos
Em linhas
gerais, a proposta de um colete à prova de balas é a mesma das armaduras
medievais: ser rígido o suficiente para evitar que ataques não cheguem
até o corpo humano. Entretanto, diferente do que acontecia no passado,
hoje há tecnologia para levar em consideração também a mobilidade de
quem os utiliza.
Assim,
materiais como placas cerâmicas ou estruturas metálicas mais espessas
podem até ser mais eficientes, mas são mais desajeitados e menos macios.
É praticamente uma unanimidade entre aqueles que utilizam produtos do
gênero os coletes à prova de bala feitos em Kevlar. O entrelaçamento dos
fios é o grande segredo do seu potencial de resistência a impactos.
O impacto de um
projétil faz com que o entrelaçamento de fios do colete seja empurrado
para trás, dispersando a energia do ponto de impacto para uma área
ampla. Assim, não importando em que local aconteça, ele sempre terá sua
energia distribuída ao longo de toda a estrutura.
Tipos de fibras
Embora seja o
material mais utilizado, o Kevlar não é a única alternativa na
construção de coletes à prova de bala. Outra fibra, chamada Vectran, é
capaz de apresentar resistência até duas vezes superior à do Kevlar,
chegando a ser até 10 vezes mais resistente do que o aço. A tecnologia
hoje é propriedade da empresa norte-americana Kuraray, que fabrica 100%
dos produtos comercializados no mundo nos quais o recurso é aplicado.
Por
ser um pouco mais resistente, o Vectran é utilizado pela NASA na
proteção de cabos e no revestimento de sondas, como as utilizadas nas
missões Spirit e Opportunity, que foram enviadas a Marte.
Além disso, há
soluções mais curiosas que, por enquanto, ainda estão sendo estudadas em
laboratório. Foi descoberto que a seda de aranha, por exemplo, pode ser
até 20 vezes mais resistente do que um fio equivalente de aço. Para que
ela seja produzida, os pesquisadores modificaram geneticamente bodes
para que produzam o mesmo componente químico.
Esse material
inusitado recebeu o nome de Bioaço, que, aplicado aos tecidos, pode
manter características de leveza e resistência com muita facilidade. Por
fim, os nanotubos de carbono são outra alternativa em estudo em
laboratórios. Pesquisadores afirmam que os fios com essa característica
podem ser ainda mais resistentes. O grande problema, ao menos por
enquanto, é o custo: cerca de R$ 1 mil por grama.
Os limites da resistência
Como você já
deve imaginar, os coletes à prova de bala ajudam bastante quem os
utiliza, mas não fazem milagres. Há limites de impacto de acordo com o
estilo de construção utilizado, independente do material. Quanto maior
for o entrelaçamento de fibras, mais resistente ele será. E, obviamente,
mais caro.
Em linhas
gerais, há seis níveis de proteção entre os coletes à prova de balas. O
grau de proteção é mensurado de acordo com a velocidade de impacto (em
metros por segundo) a que o conjunto é capaz de resistir. Confira quais
são eles:
Proteção nível I
– resiste a velocidades entre 259 e 320 metros por segundo. Armas com
calibre 38 e 22 estão entre as que disparam projéteis com essas
características. É o mais simples dos coletes e, por conta disso, aquele
que é utilizado em maior escala.
Proteção nível
II-A – resiste a velocidades entre 332 e 381 metros por segundo. Armas
como as pistolas 9 milímetros e Magnum .357 estão entre as que disparam
projéteis com essas características.
Proteção nível
II – um pouco mais resistente em relação às proteções de nível II-A, os
coletes com essas características aguentam disparos entre 358 e 425
metros por segundo. É utilizado como defesa para armas do mesmo calibre
do nível anterior.
Proteção nível
III-A – resiste a impactos com velocidades médias de 427 metros por
segundo. Armas como as pistolas 9 milímetros e as Magnum .44 estão entre
as que produzem impactos dessa natureza.
Proteção nível
III – muito mais resistentes, os coletes com essas características
absorvem impactos com até 838 metros por segundo. O rifle Winchester
.308 é um dos principais representantes entre as armas que produzem
impactos desse nível.
Proteção nível
IV – resistente a impactos de até 869 metros por segundo, está entre os
coletes mais resistentes comercializados. Essa proteção é capaz de
resistir a impactos de M2 Armor Piercing .30, arma de grosso calibre e
capaz de fazer muitos estragos.
Outros fatores
devem ser considerados também na hora de um disparo, como a distância da
arma em relação a quem está utilizando o colete ou a trajetória do
projétil. Os números não são exatos e se referem a uma probabilidade,
que pode ser maior ou menor, de resistência a impactos dessa natureza.
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